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domingo, 13 de outubro de 2013

Manual da Resistência, Capítulo 03

Aqueles que, sob contingência,  frequentam ambientes nos quais o pathos é esquerdista e nos quais os outros colaboradores estão informados que a pessoa em questão não coaduna com tal ideologia (por exemplo, um cristão que faz faculdade federal de filosofia) comumente recebem ataques em formato de "indireta". Conforme já foi explicado, sobretudo nesses casos, não se deve deixar que a resposta se configure como reação, nem partir para o combate no terreno do inimigo. Então, nunca comente no post da pessoa. Proceda usando O SEU espaço para emitir um parecer, conforme explicado acima. Em perfis pessoais e em se tratando de uma resposta a alguém com quem você é obrigado a conviver fisicamente (colega de faculdade ou trabalho), opte por um comentário curto, sarcástico que desmoralize completamente a ideia que foi usada como provocação (JAMAIS a pessoa).

Para calibrar seu comentário, pense na seguinte alegoria: Imagine um bandido adentrando uma área protegida por um cão de guarda, digamos um rottweiler, para a imagem ficar mais bonita. Se o cão não for treinado, reagirá mordendo o invasor de forma atabalhoada, o que criará uma chance para que esse possa inclusive anular ação do cachorro.

 Se o cão for adestrado, jamais perderá tempo mordendo o invasor. Ele apenas arrancará fora sua jugular. 

E é exatamente assim que você deve proceder. Vá direto na jugular do seu oponente, na base do argumento. Lembre-se, se você destruir o que está embaixo, o que está em cima cairá por si só. Essa "dica" é adaptada da "Lei 33" do compêndio "As 48 Leis do Poder", do editor da Esquire, Robert Greene.  A lei original diz "Descubra o ponto fraco de cada um", mas como no caso aqui tratado a luta não é contra uma pessoa, mas contra uma ideologia, o ponto fraco a ser identificado é o do comentário ou colocação que deseja fortalecer tal ideologia.

Se o atacante comentar em uma postagem no seu perfil pessoal, primeiro dê um "curtir" (essa indicação funciona de forma ainda melhor se você tiver o hábito de sempre curtir todos os comentários que fazem no seu mural). Com isso, você estará sinalizando mais ou menos o seguinte: "Oi! Gostei de você ter escrito isso. A despeito de seu comentário ser um encadeamento de bobagens e não ter nenhuma lógica, o fato de você ter tido coragem de se expor ao ridículo publicamente está me dando a oportunidade de refutá-lo e, assim, deixar mais claro para quem me conhece aquilo que de fato penso sobre tal assunto". Portanto, quando estiver redigindo a resposta, certifique-se de que ela se encaixa no tom que coaduna com esse pensamento.

Importante: Em perfis pessoais, e sobretudo lidando com pessoas com quem você convive pessoalmente, seja extremamente rígido com regras de etiqueta. JAMAIS use impropérios no seu perfil pessoal. JAMAIS ofenda quem quer que seja. JAMAIS parta para o lado pessoal, ou crie celeumas que terão consequências na sua vida cotidiana. Simplesmente NÃO VALE A PENA. Além disso, lembre-se que hoje em dia, os setores de R.H. das empresas vasculham os perfis pessoais de candidatos a vagas de emprego. Assim, ferir essas regras, além de gerar um custo social, pode gerar, também, um custo, de fato, econômico.

Em embates acontecendo em perfis pessoais, talvez a dica mais importante seja saber diferenciar o comentário de um conhecido despolitizado que está apenas repetindo como um papagaio o que ele vê na mídia todos os dias, de militantes que atacam suas crenças como forma de desmoralizar a ideia em si do conservadorismo ou do liberalismo econômico. A essa altura do campeonato, urge romper a "espiral do silêncio", então você deve sempre que possível compartilhar as postagens das páginas que você segue, além de fazer atualizações de status nas quais você deixa claro que a visão que você tem sobre determinado tópico do debate público é própria e não se submete à patrulha do politicamente correto, mas tente intercalar seus pronunciamentos sobre política com outros sobre outros assuntos, tais quais música, futebol ou algum filme que você assistiu. Os círculos sociais ao seu redor devem reconhecê-lo como alguém cujas opiniões sobre política são diferentes das deles, mas também como alguém capaz de reagir à diversidade de estímulos intelectuais que o mundo oferece. Deixemos a bitolação para os comunistas.