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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O racismo dos defensores dos direitos dos negros

Conforme era de se esperar, a postagem realizada ontem pela página, por ocasião do "Dia da consciência negra", suscitou a ira de vários internautas. Contudo, analisando os comentários dos que se mostravam revoltados com o conteúdo apresentado na imagem, é possível perceber que todos eles se baseiam em um mesmo pressuposto falacioso e, por conseguinte, incorrem nos mesmos erros de raciocínio. Restando evidente que, em comum a todos os que se indignaram e blasfemaram contra a postagem, há a baixíssima capacidade intelectual dos autores dos comentários (isso não é uma opinião minha, a baixa capacidade intelectual está EXPRESSA nas formulações e nos conteúdos dos comentários), uma vez que essas pessoas se dão ao luxo de escrever e publicar verdadeiros atestados de burrice sem nem mesmo ser capazes de se dar conta do que estão fazendo. 

Vou ilustrar minhas afirmações com as análises de alguns comentários. Comecemos: 


O comentário da senhora Dias é tão "jêgnial", que precisa ser dissecado ponto por ponto: 
01) "Cada (...) grupo social possui uma estrutura própria de classificação do mundo e significação da realidade".
Sério? E você percebeu isso sozinha? Já comunicou essa descoberta à sociedade científica? Sabia que isso pode lhe valer um Nobel?

Essa senhora realmente acha que pode emprestar veracidade à argumentação se iniciá-la com um lugar comum que enuncia o óbvio do óbvio???
02) "Assim, cada cultura produz seu sistema político, econômico..."
Nossa! Ninguém nunca tinha pensado nisso! 
03) "Se tribos organizaram seu espaço social escravizando, não vejo nenhuma novidade nisso".
Você não vê nenhuma novidade? Por que será? Será que é porque NÃO HÁ nenhuma novidade?
04) "E nem isso justifica a invasão violenta de outros grupos que se consideravam superiores [para] colonizar e dominar grupos que segundo os mesmos estavam em um grau inferior na escala evolutiva."
Depois de ocupar 3/4 do texto da resposta enunciando lugares comuns, quando ninguém mais esperava, aos 41 minutos do segundo tempo, a senhora Dias finalmente apresenta o que ela entende ser um argumento. Quem for capaz de realizar a leitura do enunciado livre dos cacoetes mentais impostos pela esquerda vai perceber de pronto o grau do ridículo no qual a colocação dessa senhora incorre. 

Quem não for, eu ajudo: quer dizer que "Se tribos organizaram seu espaço social escravizando, não vejo nenhuma novidade nisso", por outro lado "isso não justifica a invasão violenta de outros grupos". Ou seja: quando a ação de escravizar é realizada pelos grupos que ela considerou a priori como "os coitadinhos" (os grupos cujos indivíduos possuem a epiderme pigmentada com melanina) essa ação é adjetivada por essa senhora como "natural", "aceitável", "traço cultural", produto de um "sistema político", fruto de uma cosmovisão, reflexo de uma maneira própria de entender o mundo. Contudo, quando a MESMA ação de escravizar é realizada pelos grupos que ela considera a priori como "os algozes" (aqueles cujos indivíduos possuem epiderme com pouca melanina), então tal ação recebe a chancela de "injustificável". Perceba que a classificação como "algozes" ou "cotadinhos" NÃO é fruto do raciocínio, mas, ao contrário, é a partir dessa classificação PRÉVIA que nasce o raciocínio que ela deseja impor.

A cosmovisão e a forma de entender o mundo que servem de álibi e atenuante no primeiro caso não podem ser usadas pelo segundo caso. Por quê? Ora, porque no primeiro caso estamos analisando os bozinhos e no segundo caso, os malvadões. Entenderam? É simples: um raciocínio tautológico que fica dando voltas em torno de um tabu que não pode ser questionado "Africanos são puros, belos e angelicais. Europeus são malvadões, sanguinolentos e miseráveis". Lembrando que quando a pessoa (capaz de expressar um raciocínio completamente truncado como o que vai acima) vota, o voto dela tem o mesmo valor que o meu e o seu. Passemos para a análise de mais um comentário:


Vejam só! Tanto africanos quanto europeus guerreavam entre si e escravizavam tanto indivíduos de outros grupos étnicos, quanto seus próprios semelhantes (atributos fenotípicos similares). Nesse caso, qual acusação recai sobre os europeus? (Afinal, a senhora Alves precisa chegar à conclusão de que "europeus são malvadões" — algozes , pois ela precisa expressar a "openeão" dela na Internet, e a única que ela tem é aquele cacoete mental no qual foi adestrada para passar na prova do Enem). Como não há outra, vai essa mesmo: "os europeus eram mais avançados". Entenderam? Vamos repassar: O desejo de conduzir o raciocínio em determinada direção impõe à senhora Alves a necessidade de responder a questão: "De que os europeus são culpados?" A resposta dela: "De serem superiores".


A autora do comentário admite que é natural do ser humano se organizar em grupos e que é natural que esses grupos lutem por impor seu domínio uns sobre os outros. Assim, os grupos compostos de indivíduos cujas epidermes sejam coloridas por melanina podem agir "conforme é natural", mas os grupos cujos indivíduos padecem da mutação genética que lhes atribui pouca melanina NÃO possuem o mesmo direito. Por que uns tem o direito de proceder conforme é natural e outros não? Porque esse direito é atribuído pela senhora Alves apenas para os que ela considera como "coitadinhos".


O texto não diz nada disso. A palavra "mano" é uma crítica aos chamados "movimentos negros" que querem impor um coletivismo forçado a indivíduos que nada tem a ver uns com os outros além de uma característica biológica que é completamente fruto do acaso, a pele pigmentada por melanina. 


A peça mostra exatamente o contrário do que ela entendeu (Paulo Freire dá pulos de alegria no inferno cada vez que um brasileiro consegue ler, mas não consegue entender o que leu). A peça prova que não existem errados, nem certos, nessa história, simplesmente porque cada grupo procedeu conforme a mentalidade que reinava na época considerava certa. Africanos e europeus consideravam certo escravizar e, dessa forma, africanos e europeus escravizavam. É você e seu grupo que quer incorrer em anacronismo para recontar a História a partir de uma mentalidade que temos hoje, quando finalmente há o consenso reinante de escravizar quem quer que seja é errado. Você está julgando o comportamento dos europeus pelos padrões morais atuais, os quais inexistiam na época em que as atitudes foram tomadas. Claro que esse é um raciocínio eminentemente asqueroso, mas você não se importa com isso porque você sabe que quanto mais pessoas "comprarem" a falácia que você quer impor, mais esmolas e vantagens você vai receber do governo.

Prossigamos nas análises:


Igor França, de que forma as tribos em questão poderiam ser capazes de usar o critério da cor da pele, se tanto as tribos vencedoras quanto as que perdiam as guerras eram formadas de indivíduos com a MESMA COR DE PELE??? O infeliz ainda tem a pachorra de terminar a intervenção dele com a máxima: "Todo debate é válido, desde que os fatos não sejam manipulados descaradamente".

Analisem com cuidado até chegar ao elemento que quer ser apresentado como argumento em todas as intervenções que foram destacadas acima, ou mesmo nas outras intervenções que se colocavam contra a postagem da página. Que elemento é esse? Esse elemento é a ideia de que brancos e negros não podem ser julgados pelos mesmos parâmetros, mas devem existir parâmetros especiais para analisar o comportamento dos grupos cujos integrantes tenham a pele pigmentada com melanina. De onde nasce a necessidade de criar parâmetros próprios, senão da crença subjacente que negros compõem, digamos assim, um grupo humano "café-com-leite", ou seja, um grupo humano que não pode ser tratado com o mesmo rigor que os grupos humanos compostos de pessoas de pele clara? E por que não podem ser tratados com o mesmo rigor? Essas pessoas acreditam (embora não tenham coragem para enunciar) que negros não dispõem da mesma inteligência, nem da mesma capacidade, que os outros grupos humanos. Não há outra explicação possível. Inclusive a senhora Alves chegou a verbalizar isso ao acusar os europeus de serem "avançados". Esse é o raciocínio que quer justificar a política de cotas. Se um jovem é pobre e branco, ele pode estudar e concorrer em pé de igualdade com os ricos, desde que se esforce um pouco mais. Mas se um jovem é negro, ele não pode dispor de capacidade própria para concorrer de igual para igual com outros seres humanos! Afinal, ele é... negro. Não existe racismo maior do que o próprio ato de entender que a  hipossuficiência de alguém no ambiente social é derivada da cor de sua pele. Quem quer que livre a mente dos cacoetes impostos pelo chamado "politicamente correto" vai ser capaz de perceber que os maiores racistas são exatamente aqueles que se dizem a favor dos "direitos dos negros".