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domingo, 24 de novembro de 2013

Tudo que seu professorzinho do méqui não lhe ensinou sobre... negritude, escravidão e racismo

O brasileiro médio jamais para para refletir a questão "por que negros foram escravizados no intervalo de tempo entre os séculos XV e XIX?" e a lacuna deixada pela inexistência dessa reflexão é ocupada na mente dessas pessoas por uma gosma disforme de significados extraídos de discursos que não fazem absolutamente nenhum sentido, mas são criados apenas para colocar seus receptores em um estado emocional específico. Esse simulacro de raciocínio é construído pela mídia impressa, pelas novelas da rede Globo, pelas instituições ditas "de ensino", todas elas instâncias dominadas por esquerdistas (aqui cabe lembrar que a mente é como um pedaço de terra fértil, se não for jardinado todos os dias, se seu dono não fizer valer todos os dias seu direito de escolha do que pode e do que não pode crescer em seu pedaço de terra, rapidamente toda a extensão do terreno — e da mente — será ocupada por erva daninha).

O pathos geral aceito pela sociedade é que pessoas oriundas do continente africano foram escravizadas no Brasil porque tinham a pele escura. O que é, obviamente, um disparate completo. É muito fácil desmontar essa mendacidade, basta se reportar à História anterior ao século XV. Durante milênios de registros históricos há várias ocorrências de nações inteiras que foram escravizadas e A GRANDE MAIORIA DELAS ERA COMPOSTA POR PESSOAS DE PELE BRANCA. Judeus brancos foram escravizados por egípcios, "ucranianos" bárbaros foram escravizados por romanos, gregos e persas escravizaram vários povos e todos eles eram compostos de indivíduos de pele BRANCA. A própria História da humanidade é a História de grupos humanos lutando para dominar ou se libertar do domínio de outros grupos.

A ditadura do politicamente correto, ao repetir o mantra "os negros foram vítimas da escravidão", sem deixar claro, por exemplo, que a maioria dos negros que foram tornados escravos foi escravizada por OUTROS NEGROS, trabalha para estabelecer um consenso social no qual a consequência lógica de que, SE "os negros" foram "vítimas", ENTÃO "os brancos" foram os "algozes". Ninguém nunca vai ouvir o movimento negro ou a mídia dizer "ALGUNS negros foram vítimas da escravidão, mas OUTROS TANTOS lucraram com ela". Muito menos "se houve negros que foram escravizados, quão maior não foi o número de brancos que foram IGUALMENTE escravizados". A ideia é repetir o enunciado "os negros foram vítimas da escravidão" até que as mentes se aprisionem em uma realidade paralela na qual "negros são vítimas dos brancos, porque o fato de alguém ter a pele negra o torna, automaticamente, inocente e bom, ao passo que possuir a pele branca é motivo para tornar alguém pervertido e mau".

Esse tipo de "raciocínio", além de ser pernicioso em si mesmo, principalmente por se basear em falseamentos da realidade, induz a outros erros de raciocínio, ao tomar como pressuposto uma mentalidade COLETIVISTA. Para ficar mais claro o que estou afirmando nesse ponto, usarei um dos comentários que foram feitos ao lado da imagem publicada na página para abordar a questão da escravidão. Um cidadão, cuja massa encefálica foi visivelmente liquefeita pelo sócio construtivismo, se utilizando de ironia barata, escreveu: "Tão bonzinho o homem branco". Percebam que tal comentário é exatamente a materialização de todos os processos que foram descritos até aqui. Uma colocação desse tipo, obviamente, não faz nenhum sentido (nem mesmo o sentido que seu autor imagina estar emitindo), uma vez que o coletivo "homem branco" não pode ser nem "bonzinho" nem "mauzinho", exatamente porque é composto de uma infinidade de INDIVÍDUOS, entre os quais alguns são bons e outros são maus. 

De uma forma ou de outra, não há nenhuma relação de continuidade entre a fibra moral de um individuo e a cor de sua pele. Essa relação é apenas uma mera falácia espertamente construída por intelectuais orgânicos, para fazer a massa ignorante aceitar a agenda esquerdista. Além disso, antes que alguém se permita fazer um julgamento moral tão infeliz, é preciso compreender que a ideia de "humanidade", como a instância superior que abarca TODOS os grupos humanos é relativamente recente. Ideias como a de que um ser humano possui determinados direitos apenas por ser um ser humano são mais recentes ainda. Se nos livrarmos da mentalidade moderna e olharmos para a História entendendo as vicissitudes que assombravam os homens de épocas anteriores, poderemos compreender que, em um mundo primitivo, sem as instâncias sociais das quais gozamos hoje (e sem o desenvolvimentismo da política internacionalista moderna), o ato de escravizar chegava a ser uma necessidade de sobrevivência de cada grupo. Uma vez que se o grupo não fosse capaz de impor sua estrutura de poder ao grupo com que ele se relacionava, com certeza sofreria a imposição da estrutura de poder dele.

Nesse contexto, ao longo do primeiro milênio de nossa época, o cristianismo estabeleceu uma espécie de "cimento cultural" que, de certa forma, pacificou a Europa. Como todos os grupos oriundos do continente europeu partilhavam o lastro de sua própria cultura (a religião cristã), a compreensão que esses grupos tinham por "nós" se expandiu para comportar os grupos imediatamente próximos a eles. Não que as guerras tivessem cessado de uma hora para outra, mas a criação de determinadas estruturas sociais fez com que não mais fizesse sentido que um cidadão de uma cultura cristã escravizasse o cidadão de outra cultura igualmente cristã. Dito de outra fora, em dado momento, o entendimento que os povos europeus tinha da ideia de "nós" que antes significava "nós que pertencemos a uma tribo de 1.000 indivíduos" se expandiu até alcançar o tamanho de "nós que somos europeus cristãos". Os habitantes do resto do mundo ainda eram os "eles", ainda não era reconhecidos pela cultura dominante como "semelhantes em humanidade". 

Assim, desde o fim do Império Romano que a prática da escravidão havia entrado gradualmente em desuso na Europa. Mas, ao alcançar a África subsaariana, os europeus encontraram um continente no qual o cristianismo não havia penetrado, ou seja, no qual as tribos guerreavam entre si e se escravizavam umas às outras. No que diz respeito ao que hoje nós chamamos de "Direitos Humanos", a África estava culturalmente atrasada milênios em relação à Europa. Como a concepção de "nós" do europeu não abarcava os povos não-cristãos e como esses povos se escravizavam uns aos outros, então pareceu perfeitamente cabível à maioria dos europeus que eles poderiam lançar mão da instância "escravidão humana" (que, de uma forma ou de outra, já estava sendo praticada no continente africano) para servir a seus próprios interesses.

A compreensão dos processos acima descritos faz cair por terra a outra coluna de sustentação da mentalidade mantida pelo brasileiro médio sobre a questão da "negritude, escravidão e racismo", que é a ideia de que o povos africanos foram escravizados porque possuíam a pele negra. NÃO HÁ NENHUMA relação de continuidade entre o fato desses povos terem a pele negra como fato deles terem sido escravizados pelos povos de pele branca. É trivial e fortuita a condição de que povos de diferentes continentes tenham cores de pele diferentes. Os motivos que levaram os europeus a escravizarem os africanos foram:
01) O estado de desenvolvimento da mentalidade dos povos europeus, na época, não os fazia reconhecer povos não cristãos como "nós" (e não há nenhum problema nisso, uma vez que se observarmos globalmente, podemos perceber que todos os outros grupos humanos tinham seu próprio conceito de "nós" e todos eles eram ainda mais restritos do que o conceito alcançado pelo europeu do século XV).

02) Os povos asiáticos eram culturalmente e tecnologicamente tão desenvolvidos quanto os europeus, o que obrigou os europeus a respeitá-los em um grau que a primitividade tecnológica dos africanos e americanos não permitiu. Sobretudo no que diz respeito aos africanos (com a exceção do norte da África, que tinha sido aculturado pelos muçulmanos) as línguas ao redor das quais seus grupos humanos se organizavam eram ÁGRAFAS, ou seja, eram línguas sem escrita. A escrita é a condição necessária para que haja desenvolvimento tecnológico. É a escrita que permite que haja acumulo de conhecimento pelo processo do legado civilizacional. Embora houvesse na África subsaariana impérios capazes de gerar até mesmos concentrações populacionais relativamente volumosas ("cidades grandes" — como é o caso, por exemplo, do Mali e do Dahomé), a cultura desses impérios era primitiva, eles não possuíam literatura, nem filosofia, e tecnologia menos ainda. Eram impérios erguidos em cima de culturas tribais que vivam no "tempo circular da oralidade". O europeu, de forma completamente compreensível, via o homem proveniente de tais culturas como inferior. Portanto, porque não se aproveitar do trabalho mecânico deles, da mesma forma como se aproveitavam da força mecânica do gado que gira o moinho? (lembre-se que as travas que nos impedem de fazer isso hoje simplesmente não existiam na mente dos europeus, portanto não se trata de uma discussão moral, já que os parâmetros morais com os quais atualmente julgamos a instância "escravidão" ainda não tinham sido desenvolvidos).

Há casos de um ou outro japonês que, na época, tenha sido trazido, por europeus, para a América, como escravos, mas o próprio grau do desenvolvimento cultural e tecnológico desses povos impedia que o número de indivíduos escravizados oriundos dessas culturas fosse comparável ao número de africanos. Portanto, se os africanos foram escravizados, tal processo não foi induzido pela cor de sua pele. Se os africanos foram escravizados em massa por europeus o motivo pelo qual isso aconteceu foi o mesmo motivo que provocou a escravidão de TODOS os povos que foram escravizados na História da humanidade: o povo escravizado era culturalmente, tecnologicamente e/ou militarmente INFERIOR ao povo escravizador.
O que é e como surge o racismo

Feitos os esclarecimentos acima, finalmente podemos ter mais clareza sobre uma questão que é uma das mais deturpadas pela burrice que reina absoluta nas caixas cranianas dos brasileiros, o chamado "racismo". Segundo a versão vendida a granel nas novelas da rede Globo o racismo é uma espécie de deformidade moral causada pela maldade subjacente ao ser humano de pele branca e da qual as únicas vítimas são os seres humanos de pele negra, os quais possuem uma bondade inerente que lhes impossibilita de praticar qualquer tipo de discriminação baseada na cor da pele, mas apenas estão sujeitos a sofrer esse tipo de discriminação. Afora o caráter maniqueista dessa falácia, trata-se de um raciocínio fruto de confusão e que causa mais confusão ainda. Para sermos capazes de desatar tal nó, precisamos antes entender o que é "discriminação" e o que é "preconceito".
01) Discriminação é a ação de diferenciar. A discriminação nasce da capacidade que o ser humano tem de fazer ESCOLHAS. Uma pessoa que, na hora do almoço, opte por não se servir de churrasco, mas coloque no prato um pedaço de tofu praticou a DISCRIMINAÇÃO contra o churrasco. Discriminar não é uma atitude imoral, pelo contrário, é uma atitude inerente ao ser humano. Durante o curso de nossas vidas, estamos constantemente discriminando, inclusive pessoas. Afinal, é humanamente impossível nos relacionar com TODAS as pessoas do planeta, então nós escolhemos algumas pessoas com as quais nos relacionaremos (as que ficaram de fora dessa escolha foram discriminadas) e mesmo dentro desse grupo, nossa atenção é repartida de forma desigual. Algumas pessoa pelas quais guardamos maior predileção recebem mais atenção e outras menos, na proporção direta dos nossos valores, daquilo que consideramos importante ou daquilo que nos agrada (isso também é discriminar). A palavra discriminação foi tão martelada pela mídia nos últimos anos que ganhou uma conotação pejorativa, mas conforme pode compreender quem entendeu a explicação acima não há nada de errado em discriminar.

02) Preconceito é o conceito que temos sobre determinado objeto, fato ou situação de forma prévia ao momento em que experimentamos esse objeto, fato ou situação. Todos nós temos preconceitos e, sem eles, a vida seria simplesmente impossível. Alguém que nunca tenha experimentado comer peixe cru pode ter uma reação de ojeriza ao mero pensamento de fazê-lo, sem nem mesmo ser capaz de imaginar o gosto que tem a iguaria e, portanto, sem de fato saber se esse gosto agrada ou não ao seu paladar. Essa é uma reação de preconceito. Cada ser humano tem seu próprio limite em relação a experimentar o novo e esse limite tende a ser mais restrito à medida que envelhecemos. Aquilo que não experimentamos enquanto novos vai se tornando cada vez mais difícil que experimentemos enquanto vamos avançando nos anos. Os preconceitos são gerados a partir de experiências que nossa estrutura psicológica considera "semelhantes" à experiência sobre a qual estabelecemos um conceito prévio ou por determinadas ideias com as quais entramos em contato e que as acatamos como justas, pertinentes ou verdadeiras. Sobre o preconceito gerado por experiência semelhante, podemos dar o exemplo da situação em que um indivíduo não queira viajar para o Mato Grosso. Em dado momento da vida dele, ele esteve em uma cidade desse estado, foi destratado e ele acredita que a situação vai se repetir se ele retornar lá. Assim, com base em uma experiência passada, ele diz "mato-grossenses são mal-educados". Percebam que a experiência humana não é capaz de reagir de forma independente a cada uma dos elementos do conjunto "mato-grossenses", até porque nenhum ser humano é capaz de conferir por si só o grau de educação de cada mato-grossense que existe. Assim, resta se reportar à experiência passada e extrair dela o pathos geral que será atribuído às possíveis ocorrências futuras da mesma experiência. Da mesma forma que a palavra "discriminar" a palavra "preconceito" sofreu todo tipo de deturpação semiótica, não há nada de errado com aquilo à qual ela se refere e, na verdade, a vida seria inviabilizada se só pudêssemos formular conceitos à posteriori.
Os mecanismos envolvidos na ação de discriminar e os "conceitos prévios" (pré-conceitos) são a base do chamado "racismo". Racismo é a ação de discriminar alguém com base no critério de raça. Embora a lei escrita afirme que o racismo é proibido, de fato o que é proibido é a "comunicação do racismo". É simplesmente IMPOSSÍVEL impedir que as pessoas se baseiem no critério de raça para estabelecer suas escolhas pessoais, porque não somos capazes de saber em qual critério alguém se baseou para estabelecer uma repulsa a um objeto, fato, circunstância ou outra pessoa. Alguém pode considerar que pessoas negras são feias e passar a vida toda sem namorar com nenhum negro (o PT ainda não criou uma lei que obrigue que cada brasileiro destine uma percentagem do número de relacionamentos que ele teve na vida para ser preenchida por relacionamentos com pessoas negras, embora eu não devesse estar apontando essa lacuna aqui, para não dar a ideia). Alguém que não se sinta atraído por pessoas de uma determinada cor da pele e, por conta disso, não estabeleça enlaces amorosos com pessoas desse tipo está, de fato, praticando o racismo, mas é um tipo de prática de racismo que (sem a lei imaginada acima) simplesmente não pode ser punido. Contudo, se essa pessoa confessasse esse "movimento interno de sua alma" (que considera que pessoas de determinada cor de pele não são atraentes) em um texto impresso em um jornal de grande circulação, com certeza receberia algum tipo de punição do Estado. Da mesma forma, um gerente de R.H. poderia tranquilamente não contratar alguém com base na própria aversão por pessoas negras, desde que esse motivo não fosse comunicado e ficasse restrito ao seu mundo interno, ou compartilhado apenas com pessoas de sua confiança. Se esse gerente de R.H., no entanto, for responsável por uma equipe maior do que 10 pessoas, e não tiver nenhum negro na equipe, nesse caso correira o risco de ser acusado por algum movimento negro de "discriminação", pois o movimento alegaria que o fato da composição étnica da equipe de trabalho não refletir a proporção da composição étnica da população brasileira não é fruto do acaso, mas sim fruto do racismo de quem realiza o processo de seleção.

Aqui, entramos no cerne da questão do racismo: por que alguém haveria de não gostar de negros? De onde nasceria a "concepção prévia" (preconceito), existente na cabeça de um gerente de R.H., que o levasse a acreditar que uma pessoa negra não possua habilidades tão bem desenvolvidas quanto uma pessoa branca? Esse preconceito tem origem no mesmo ponto que origina TODOS os preconceitos que existem no mundo: as experiências anteriores, mas no caso do preconceito contra negros há alguns pormenores. Vamos esclarecê-los:

Em todos os lugares do mundo há preconceito contra imigrantes. Em geral, os grupos que já estavam em determinada localidade tendem a torcer o nariz para os grupos que chegam depois. Isso acontece porque uma pessoa não deixa a localidade na qual estão suas raízes, a não ser que esteja passando por dificuldades. A título de ilustração, vamos estudar o preconceito de sulistas contra nordestinos. A parcela da população nordestina que deixa o nordeste e migra para o sul é, por definição, aquela que está fragilizada, em situação de miséria. A elite da sociedade do nordeste está bem instalada e protegida, raramente deixará seu local de origem para morar no sul. 

Assim, toda vez que um sulista vê um imigrante nordestino, ele vê alguém que, necessariamente, pertence ao grupo dos menos instruídos, menos cultos, menos educados dos nordestinos. A repetição dessa experiência leva a mente dos sulistas (aqueles que sejam tacanhos o suficiente para desconhecer a vasta colaboração que muitos nordestinos deram para a cultura do país) a associar o próprio sotaque do nordeste à falta de cultura, de instrução e de escolaridade (esses sulistas, ignorantes a seu próprio modo, simplesmente desconhecem que há milhares de pessoas no nordeste que falam com o sotaque típico da região E concordam o número do artigo com o plural do substantivo). Esse é, em linhas gerais, o processo de onde nasce o preconceito contra imigrantes. Dependendo da situação inicial, esse tipo de preconceito pode sobreviver por décadas ou até mesmo séculos dentro de uma cultura. E é um processo tão poderoso que não respeita a condição econômica. Para ilustrar isso, podemos citar o preconceito que a família Kennedy, apesar de riquíssima, sofria dentro da sociedade americana, por conta de sua origem irlandesa. Como havia (embora tenha enfraquecido, ainda há) um forte preconceito na sociedade americana (em sua maioria protestante) contra os irlandeses (católicos), mesmo detendo o poder econômico, os integrantes da família Kennedy não conseguiam adentrar determinados grupos sociais. (Espero que o leitor já tenha se dado conta de que todos os sofrimentos vendidos pelo mimimi do movimento negro como fruto da perseguição de brancos contra negros, na verdade, acometem muito democraticamente a diversos grupos humanos e não respeitam nem cor de pele, nem situação econômica).

Obra do pintor orientalista austríaco,
Ludwig Deutsch (1855 - 1935),
retratando um soldado de um dos
 reinos da África moura. 
No caso dos negros, eles não vieram para o Brasil em busca de uma vida melhor, mas foram obrigados por instâncias de poder superior. O mero fato de, na qualidade de imigrantes (forçados, que seja), não dominarem a língua local e outros aspectos culturais, é suficiente para gerar um processo de discriminação e preconceito nos moldes do que foi explicado acima. Mas havia o agravante de que a grande maioria dos negros que aqui aportavam eram oriundos (conforme já foi dito) de sociedades que, de fato, eram culturalmente e tecnologicamente muito inferiores à sociedade brasileira. Aqui cabe um parentese para abordar o preconceito que havia entre os próprios negros. Como o norte da África foi invadido pelos muçulmanos, as sociedades dessa localidade receberam uma injeção muito grande de cultura e tecnologia proveniente do legado civilizacional mouro. Muitos negros oriundos do norte da África detinham conhecimentos como por exemplo matemática, de agrimensura, técnicas avançadas de plantio etc. Além disso, tinham uma facilidade maior para aprender o português. Esses eram chamados de "negros malês" e costumavam custar mais de cinco vezes o preço de um escravo "normal". Como custavam muito caro, eram tratados a pão-de-ló. Não dormiam na senzala, mas sim na casa grande e, de uma maneira geral (até porque aprendiam português mais rápido do que os outros negros) tinham mais proximidade com a família do dono das terras (tomando as fazendas como unidades de produção, os negros malês ocupavam cargos que hoje seriam chamados de "gerentes"). Esses negros, cientes de sua superioridade cultural em relação aos negros ignorantes (a grande maioria saídos do subsolo das pirâmides sociais das tribos e reinos da África), costumavam praticar a discriminação contra os outros negros (isso mostra o quanto a prática da discriminação é natural do ser humano e não depende necessariamente de cor de pele). Ao mesmo tempo, era muito comum que os integrantes do topo das pirâmides sociais de certos reinos africanos viessem para o Brasil para estudar. Eram nobres e reis africanos que aqui eram tratados com toda reverência pela população local branca, a qual lhes atribuía o prestígio compatível com a posição social que eles ocupavam em sua terra natal.

No entanto, o grau de alienação imposto pela repetição dos mantras do politicamente correto é tão grande, que as pessoas passam a se basear em situações que não existem em nenhum lugar fora da cabeça delas para fazer inferências sobre a realidade atual. Por exemplo, certa feita eu estava em uma palestra sobre "negritude", cujo palestrantes era desses negros militontos (que usam camisa com motivos gráficos de uma cultura africana idealizada por brancos) e, com muita enfase e dispêndio de energia, ele bradava que a opção do Ministério da Educação de cobrar as línguas inglesa e espanhola como segunda língua do vestibular era fruto de um plano maquiavélico da elite branca para prejudicar os negros. Ele dizia ainda que os negros deveriam lutar para que tivessem a opção de serem cobrados, no lugar do inglês e espanhol, conhecimentos de iorubá (esse é o nome de um dos mais importantes dialetos que eram falados na África subsaariana quando do período da escravidão). Afora o evidente devaneio de que hoje há uma quantidade significativa de negros brasileiros capazes de se expressar em iorubá (situação que só existe na cabeça dele), eu tive que interromper a palestra para pedir que ele citasse somente UM ÚNICO livro de importância para a cultura mundial que tivesse sido escrito em iorubá, e do qual os negros seriam privados se não conhecessem tal idioma (dialeto). Diante da pergunta, o militonto gaguejou, balbuciou, fez cara de paisagem e mudou de assunto. Claro, nenhum livro (nem importante, nem desimportante) jamais foi escrito em iorubá, pelo simples motivo de que o iorubá era uma língua ÁGRAFA (mais tarde, o iorubá ganhou um sistema de notações gráficas baseado nos caracteres latinos herdado dos europeus. Mas o iorubá moderno, falado na Nigéria, no Tongo e no Benin é completamente diferente da língua falada pelos negros que vieram para o Brasil, que era a proposta defendida pelo militante). Esse episódio é muito ilustrativo do grau de devaneio da militância do movimento negro que coloca sua ideologia negrista acima da própria realdade factual.

Para finalizar, acredito que o que foi dito até aqui é suficiente pelo menos para começar a quebrar o gelo da mentalidade idiotizada construída pela desinformação e pelos agentes da agenda politicamente correta. Como se vê, a realidade é um milhão de vezes mais complexa do que a simplificação repetida ad nauseam pelo movimento negro e outros braços da esquerda, com o objetivo de colocar o povão ignorante em um transe hipnótico o qual eles possam explorar para alcançar poder político. Quando se entende como funciona o mecanismo que gera o racismo fica fácil notar que a ÚNICA atitude que se pode ter para que ele diminua é IGNORÁ-LO. Pessoas inteligentes, independente de cor da pele, percebem isso muito rápido. Acontece que a proposta de ignorar o racismo não pode ser aproveitada para gerar dividendos políticos. Assim, devemos nos preparar e manter sempre à mão uma cartela de Engov para tomarmos quando surgir à nossa frente um militante da ideologia negrista, defendendo agora não mais as cotas para negros, mas a reparação de uma dívida histórica inexistente através do lecionamento obrigatório na rede de ensino nacional do irorubá.