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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Aprenda como NÃO escrever com Juremir Machado

Recentemente o "jornalista" Juremir Machado publicou no jornal "Correio do Povo" uma crítica literária ao livro recém publicado por João Luiz Woerdenbag Filho, vulgo Lobão. O texto estava on-line nesse link, mas por algum motivo, de ontem para hoje, ele foi suprimido (por que terá sido?). Contudo tentar controlar a informação digital é como tentar conter a água com uma peneira: o texto original pode ser lido aqui, juntamente com uma resposta do autor do livro.

Como o texto de Juremir Machado chega a ser uma afronta capacidade de raciocínio da raça humana, faremos aqui um breve comentário APENAS do primeiro parágrafo, no qual ele escreveu:

Entrevistamos Lobão na “Esfera Pública”. Li o livro dele. É a coisa mais idiota de todos os tempos. Ganha um brinde quem souber citar,sem recorrer ao Google e sem ter de pensar muito qual é a grande contribuição de Lobão para a música brasileira. Qual a música que Lobão que alguém canta quando está feliz? Ou quando está triste? Ou quando sente saudade de casa? Ou quando quer mandar tudo para o inferno? Ou quando se sente no paraíso? Ganha outro brinde quem souber quem é Lobão. O artista vendeu 150 mil exemplares da sua autobiografia, que poderia se resumir a uma linha:uma mala. Inegavelmente Lobão é bom de provocação barata. Ele está com novo livro na praça:” Manifesto do Nada na Terra do Nunca”. O nada é assumidamente o alter-ego do autor. Yes.




Como diria Jack, o estripador: vamos por partes:

(01) Li o livro dele.

Como assim “li o livro dele”??? Se você está fazendo uma resenha cultural sobre o livro, isso não deveria ser pressuposto??? 

(02) É a coisa mais idiota de todos os tempos.

Adjetivações não são aconselháveis. Opte sempre por DEMONSTRAR, em vez de DIZER. Se o livro é “idiota”, comente alguma idiotice e o próprio leitor pensará “esse livro é idiota”, sem precisar usar o adjetivo. Adjetivar é pouco profissional, fica parecendo o comentário de um zé-mané, não uma crítica literária. Mas se o adjetivo for seguido da argumentação, podemos perdoá-lo pelo deslize. Vamos continuar, o ARGUMENTO deve vir em seguida >>> 

(03) Ganha um brinde quem souber citar,sem recorrer ao Google e sem ter de pensar muito qual é a grande contribuição de Lobão para a música brasileira. Qual a música que Lobão que alguém canta quando está feliz? Ou quando está triste? Ou quando sente saudade de casa? Ou quando quer mandar tudo para i inferno? Ou quando se sente no paraíso?

?????????????????????????????????????????????????????????????????????????Pelo amor de Jesus!!!! Explique-me o que uma coisa tem a ver com a outra???? Você não estava escrevendo sobre o LIVRO de Lobão???? Se seu texto fosse uma redação do Enem, esse trecho seria uma receita de miojo! 

(04) Ganha outro brinde quem souber quem é Lobão.

Mudou de assunto de novo!?! 

(05) O artista vendeu 150 mil exemplares da sua autobiografia

Outro assunto? O que é isso? Distúrbio de Déficit de Atenção????  Como assim “o artista”? Afinal estamos falando de que? Do autor, do compositor, do músico, do cantor? A palavra “artista" não é demasiadamente imprecisa para a situação??? 

(06) que poderia resumir a uma linha:uma mala.

E eis que surge outro adjetivo, sem que o crítico tenha justificado o primeiro.  

(07) Ele está com novo livro na praça:” Manifesto do Nada na Terra do Nunca”. 

Terminar o parágrafo dizendo que o autor está com um “novo livro na praça”, tendo começado-o com “li o livro dele”, não é uma inversão da ordem temporal da apresentação das ideias? 

(08) O nada é assumidamente o alter-ego do autor. 

É? Em que parte do livro isso está escrito? Como ele assumiu?

(09) Yes.

"Yes"???? "Yes" o que? Que loucura!!! 

O cara conseguiu em apenas um ÚNICO parágrafo cometer QUATRO formas diferentes de argumentum ad hominem, mas não falou ABSOLUTAMENTE NADA sobre o livro que ele se propôs a comentar. Isso porque ele começou dizendo que tinha lido o livro! Imagine se não tivesse lido?

Analfabeto é aquele que não sabe juntar as letras para formar palavras. Analfabeto funcional é aquele que não sabe juntar palavras para formar ideias.