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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Respondendo a um esquerdista sobre lucro e exploração

Hoje tive um bate papo com um esquerdista que mandou mensagem inbox. Ao contrário de muitos que apenas xingam e ofendem, esse deu início ao diálogo de uma forma criativa e inusitada. Dessa forma, aceitei interagir com ele. Transcrevo o conteúdo da conversa, por acreditar que pode ajudar outros a elucidar alguma dúvida. Abaixo, os comentários dele estão em itálico vermelho.



Esquerdista:

Você esta autorizado a me dar uma aula para desfazer aquilo que chama de "doutrinação marxista imposta pelo MEC" e me provar que o socialismo/comunismo/etc são piores que o seu amado capitalismo. Estou muito curioso pra saber quais são esses pontos de vista da direita suprimidos pela mídia.

mpHmpm:

Nunca vi um pedido de aula grátis mais cara de pau do que o seu. Vai pagar quanto pela aula??? Tá acostumando a ter tudo nas mãos, não é? Vá estudar: Paul Bede Johnson, Russell Kirk, Thomas Woods, Pierre Gaxotte, Simon Schama, François Furret, Francisco Doratioto, Orlando Fedeli, Eric Voegelin, Jacques Le Goff, Alain Besançon, Geoffrey Barraclough, Jan Huizinga...

Esquerdista:

Já serve. Lerei. Mas se vc ta mesmo precisando de dinheiro e Se você for realmente capacitado posso pagar ao final das aulas. pode ser via skype. De um em um vou te dando o feed back.

mpHmpm:

"Se você esta mesmo precisando de dinheiro"?????????????????????????????

Esquerdista:

Paul Bede Johnson é rico, insensível, rigoroso. E chuto: tem esse ponto de vista porque não consegue se libertar do dinheiro. 

Eh, porque você fez uma pagina justamente pra lutar por seus ideais, uma pagina politica. Eu venho pedindo informação aberto ao seu conhecimento, e você quer me cobrar!?!?!?

mpHmpm:

Sua mente é torta, como a de todo esquerdista. Eu não fiz uma página "para lutar pelos meus ideais". Eu fiz uma página para preencher uma lacuna que havia no mundo: um meio de comunicação que não fosse esquerdista. Atualizo-a quando posso, como posso, se eu quiser. Não confundir aquilo que sua imaginação maquinou com a própria realidade já é o primeiro requisito para ser capaz de entender o que eu estou falando.

Há 30.000 pessoas satisfeitas em poder receber a atenção que eu puder dispensá-las nos meus momentos de folga. Você pediu atenção só pra si com uma frase, no mínimo, calhorda: "Você esta autorizado a me dar uma aula". Você me perguntou se você preenchia os requisitos necessários para que eu me disponha a explicar alguma coisa a alguém?

Sem contar que dar aula provando que o comunismo é inviável, ao contrário do livre mercado que levou o mundo da idade da pedra à era espacial, chega a ser hilário. Não precisa de aula, cara. O planeta Terra conta com um experimento prático. Um país foi dividido ao meio, metade adotou o comunismo e a outra metade o livre mercado. A metade que adotou o livre mercado hoje produz marcas de tecnologia que competem em pé de igualdade com as melhores do mundo. Enquanto na metade que adotou o modelo econômico baseado nas ideias marxistas, pais estão matando os filhos para comer a carne. Você quer que eu explique mais o que???

Quanto a suas colocações sobre Paul Johnson, são meros adjetivos "rico, insensível e rigoroso". Adjetivos lhe servem como instrumento cognitivo porque você é pouco inteligente. Para um Cearense, a temperatura de 25 graus que faz em junho em Fortaleza é "fria", para um gaúcho, 25 graus é "quente". Adjetivos não servem pra nada. Para Eike Batista, Paul Johnson é "pobre". Para Bill Gates, Eike Batista é "pobre". Portanto quando você afirma que Paul Johnson e "rico, insensível e rigoroso", você não etá me informando ABSOLUTAMENTE NADA sobre Paul Johnson, mas apenas sobre você mesmo. Pessoas burras não conseguem sair do aquário esquerdista, porque ele foi feito para a burrice.

Esquerdista:

Não tive paciência pra explicar o porque do rico, do insensível e do rigoroso. Mas pela sua revolta tenho certeza que entendeu.

Eu fui um aluno muito bom em historia, tive um colégio muito bom, cheio de ricos, filhos de pais de direita e de pais de esquerda. Ate hoje convivo com ambos os lados, conheço muito bem os traços de caráter que são os pilares que sustentam todo o seu prédio mental, e os deles. Repito que não quero debater com você, quero saber como pensa. Você me deixou curioso com a descrição da pagina mas ainda não me convenceu. Não sou comunista, esquerdista, socialista. Nada! Simplesmente não apoio o livre comercio, não apoio o lucro, não apoio a exploração do trabalho braçal nem intelectual. Estou autorizado a te explicar porque e te contar o que eu apoio?


mpHmpm:

Revolta???? Você é louco??? Eu apenas lhe expliquei porque adjetivos não servem de nada, uma vez que eles dependem de "com o que se está comparando". Onde está a revolta em explicar isso??? Definitivamente eu não entendi o porque de "rico, insensível e rigoroso", até porque são 3 virtudes. Não posso sequer imaginar como virtudes poderiam desqualificar alguém. Mas eu já desisti de entender esquerdistas há anos.

Você disse: "Não sou comunista, esquerdista, socialista. Nada! Simplesmente não apoio o livre comercio, não apoio o lucro, não apoio a exploração do trabalho braçal nem intelectual". Acontece que "não apoiar o livre comercio", "não apoiar o lucro", e acreditar nessa balela de "exploração" é exatamente o que faz de alguém "comunista", "esquerdista" e/ou "socialista". Ou você já viu algum "capitalista", "direitista" e/ou "livre-mercadista" pedir para o governo controlar a economia, fazer campanha para acabar com o lucro e escrever livros marxistas para combater as "exploração"??? Você é esquerdista, goste ou não. Lide com isso.

Você não precisa de minha autorização para a abrir seu coração. O canal existe e tudo que você escrever vai chegar até mim. O que eu posso fazer é outra coisa bem diferente do que você perguntou: Sim, eu lhe asseguro que lerei com atenção o seu relato. Mande brasa!

Esquerdista:

Não sou esquerdista. não existe um termo pra o que acredito, porque na verdade acredito que tudo sempre tem uma forma de mudar. eu sou utopista. Eu só quero um pouco mais de ética muito maior que o seu pouco mais de ética.

Eu não quero continuar um debate com alguém que ao argumentar ofende seu interlocutor, vou parar por aqui porque senão daqui a pouco você envolve até minha mãe. Só queria dizer que penso que exploração não é balela porque acredito que o lucro é sim anti ético. É uma forma de se aproveitar de outro. observe o escambo, eu preciso de arroz, você precisa de feijão, vamos trocar, eu ganho o arroz e você o feijão. não precisamos voltar a época do escambo, mas podemos começar a reduzir a exploração do homem pelo homem (com essa desculpa fajuta de progresso) mudando a cabeça de gente que acha que ganancia é uma virtude.

Obs: desculpa fajuta de progresso porque esse progresso que você diz ser incrível e tirou a humanidade da idade da pedra ta no caminho errado. A Alemanha comunista assim como cuba, foram os que mais sofreram opressão por parte do império mundial estabelecido pelas grandes corporações que dominam o mundo desde a segunda guerra mundial mas você não deve acreditar nisso.

mpHmpm:

Não quer continuar o debate, mas continua. Sei como é... Eu reli meu último comentário e não consegui identificar o que teria lhe levado a se sentir ofendido.

Eu não vou entrar no embate de se o lucro é ético ou não. Na História da evolução do pensamento humano, isso está mais do que resolvido. Só acho engraçado você acreditar que se as trocas forem diretas (sem o intermédio da unidade monetária) o lucro será suprimido. Cheguei a soltar uma gargalhada quando li isso. Para começo de conversa, alguém só planta feijão ou arroz, porque há lucro nesse ato. Se, ao enterrar um grão de feijão, ele permanecesse apenas um, ninguém o faria. Mas quando se enterra um grão de feijão, alguns meses depois ter-se-á uma quantidade centenas de vezes maior do que a que foi desprendida (enterrada). O nome disso é lucro, meu caro. Se você quer banir o lucro, vai ter uma tarefa árdua pela frente: a de mudar toda a natureza. 

Ademais, a diferença de esforço necessário para se produzir 1 kg de arroz e para se produzir um 1 kg de feijão vai determinar a relação do valor do arroz para o feijão. Digamos: 1 kg de feijão é justo se trocado por 5 kg de arroz. Apesar de ser numericamente diferente, o produtor de arroz aceita a troca, porque ele tem lucro, caso contrário, não faria. É muito mais lucrativo para alguém maximizar a produção de arroz em sua propriedade, plantando apenas arroz, e poder dispor de um pouco de feijão, mesmo entregando mais arroz do que o que recebe de feijão. Qualquer pessoa que trabalhe e ocupe o tempo em objetivos concretos sabe que não tem como produzir tudo que precisa para viver (só não sabe disso os babacas que ficam dentro de universidades, sustentadas pelo dinheiro público, discutindo marxismo) e que precisa desprender quantidades diferentes daquilo que produz para poder ter aquilo que não produz, mas deseja/precisa. Espero que o que foi dito seja suficiente para que você entenda que em nenhum lugar fora da sua cabecinha marxista o lucro está atrelado à intermediação de negociações com unidades monetárias.

Outro ponto engraçado do seu discurso é a leitura pejorativa que você faz do termo “exploração”; patognomônico de deliriuns esquerduns. Em nenhum outro lugar fora do marxismo exploração é ruim. Observe a frase: “preciso de um novo treinador que possa explorar todo meu potencial”. O termo português “explorar” vem do latim “explorare” e significa nada mais do que "trazer de dentro para fora", “tirar”. A proposta de impedir que um homem possa “trazer para fora” aquilo que está em outro homem é ainda mais risível do que a de alterar a natureza para fazer com que “grãos enterrados no chão não possam se multiplicar”. Civilização é fruto de acumulo de conhecimento. Toda a abundância em que vivemos, da qual você provavelmente não se dá conta por ser obliterado pelo marxismo, é fruto da possibilidade da transferência de conhecimento, de técnica, ou seja, aquele que se inicia em uma empreitada não precisa cometer todos os erros possíveis, ele pode simplesmente tirar proveito (explorar) o manancial de conhecimento disponível, seja através de leitura, seja através de ter perto de si alguém com mais experiência. 

Aquele que aceita R$ 700,00 reais para plantar na terra de outrem, não recebe apenas o dinheiro. Recebe o proveito do conhecimento acumulado por aquele que coordena o plantio. Por que as pessoas simplesmente não fogem para um pedaço de terra virgem e plantam seu próprio alimento? Porque há um fator imaterial necessário no plantio, a técnica e a experiência com o manejo da terra. Assim, ao contrário do que prega sua crença marxista, a exploração não é uma via de mão única: o coordenador do plantio explora a força braçal dos lavradores, e de outro lado os lavradores exploram a experiência de quem manda neles. No livre mercado, se a interação não for vantajosa para ambas as partes, ela simplesmente não acontece. Seu pensamento está anuviado por jargões e cacoetes mentais, para que você possa voltar a compreender a realidade mais simples, você precisa se livrar deles. 

Afirmar que os países comunistas sofrem “opressão” é um gigantesco exercício de “entortar a lógica”. Qual opressão Cuba sofre? É o velho mimimi do embargo? Balela, cara. Antes da revolução, a alegação era que o comercio com os Estados Unidos drenavam as riquezas de Cuba, depois da revolução os americanos decidem não fazer comércio com Cuba e vocês comunistas agora choram porque a negação dos americanos em negociar com Cuba está prejudicando Cuba. Isso é tão sem sentido que nem vou tentar refutar.

Na parte do seu texto que você diz “império mundial estabelecido pelas grandes corporações”, você tem razão ao apontar a ação das “grandes corporações” como uma ameaça aos interesses da população. Contudo, mais uma vez ao contrário do que você aprendeu repetindo o conto da carochinha marxista, tudo que mais querem as “grandes corporações” é um mercado totalmente regulado pelo Estado. Assim, elas podem corromper quem faz as leis e garantir que seus interesses se sobreponham aos interesses dos indivíduos. 

Se você fosse capaz de dar um passo a frente, para depois de 1917, em relação ao estado de entendimento do que é a economia planificada, você seria capaz de compreender que nenhum outro sistema consegue garantir mais os interesses das “grandes corporações” do que o Comunismo. Não é a toa que, depois da queda da União Soviética, os ex-agentes da KGB surgiram para os olhos do ocidente como os maiores magnatas do mundo. A economia planificada impede a livre ação humana, concentrando o poder econômico na mesma mão daqueles que detém o poder político, o que retira qualquer possibilidade do cidadão comum se defender. Peguemos um exemplo prático: se uma empresa privada vaza petróleo no oceano e causa prejuízos aos pescadores de determinada região, eles (os pescadores) podem recorrer ao estado exigindo indenização. Há possibilidade de a petrolífera corromper os juízes? Sim, há. Mas em uma sociedade livre, com imprensa livre, opinião pública esclarecida, os fatores envolvidos em uma corrupção desse tipo são muitos e o risco envolvido é grande, porque há dois polos envolvidos (um controla o poder econômico e outro o poder político). 

Em uma economia planificada, com imprensa controlada, se uma petrolífera estatal prejudica o interesse dos indivíduos, a quem estes poderão recorrer? Se o Estado controla a petrolífera, a imprensa e as leis, você vai apelar ao Estado contra o Estado? É impossível, meu caro. Isso não existe. A impossibilidade do cálculo econômico inviabiliza o comunismo do ponto de vista da ciência econômica. Mas o que inviabiliza o comunismo do ponto de vista da política é exatamente a grande abertura para a corrupção em um sistema monolítico no qual o poder político está à venda para as “grandes corporações”, através da corrupção dos que fazem as leis: "O próprio Lenin, à frente da sua "ditadura do proletariado", pagando juros estratosféricos, ajudou a ampliar as fortunas de banqueiros europeus e da indestrutível família Rockefeller (Ver "Wall Street and the Bolshevik Revolution" - Antony C. Sutton, Arlington House, NY, 1974). Por sua vez, na Alemanha nazista, Adolfo Hitler, outro socialista, expandiu em proporções inimagináveis a riqueza de Gustav Krupp, empresário da indústria siderúrgica voltado para fabricação de armas e material agrícola pesado."