O que é viver em "Comunhão com o ambiente"? Apenas um "lugar comum" completamente desprovido de qualquer significado. Os índios produzem pouco ou quase nenhum alimento, a quase totalidade do que precisam para viver é extraída do ambiente, mas eles possuem pouca ou nenhuma capacidade de interferir no ambiente para potencializar os recursos disponíveis, de modo que seu desenvolvimento está sempre subjugado a fatores os quais não controlam, mas são fruto do acaso. Não agem para produzir, apenas comem o que podem "tomar" do ambiente, através da caça, ou coletando frutos e sementes. A pouca agricultura que conseguem realizar possui rendimento baixíssimo, eles praticam, por exemplo, queimadas, o que qualquer retardado sabe que a longo prazo causa deterioração do solo. Só conseguem manter esse estilo de vida, porque são latifundiários. Para que a natureza lhes forneça o que precisam para viver, cada silvícola necessita de centenas de hectares de terras a sua disposição. Além disso, não dispões de conhecimentos capazes e salvar vidas. Índios não possuem penicilina (salvo aquela que o homem BRANCO lhes dá).
Toda a civilização é baseada em desenvolver técnicas para diminuir o máximo possível aquilo que se chama de "entropia". A civilização busca através do raciocínio fazer o maior número possível de bebês sobreviverem. A civilização busca desenvolver substâncias químicas capazes de proteger o ser humano do ataque de microrganismos. A civilização desenvolve técnicas médicas capazes de aumentar a expectativa de vida. Graças a medicina, o ser humano pode chegar a viver 100 anos. Tudo isso força a um aumento demográfico, o que por sua vez desemboca na necessidade de potencializar a produção de alimentos. Em vez de caçarmos tamanduás (que são animais pequenos e oferecem pouca carne), criamos bois em confinamento, que possui a melhor relação custo (em termos de trabalho desprendido na produção do alimento) / benefício (em termos de quantidade de alimento alcançada ao do processo) possível.
Graças ao manejo de animais, podemos produzir grandes quantidades de proteína, em espaços reduzidos. Graças às técnicas de plantio, desenvolvidas pelo homem BRANCO ao longo de milênios, podemos produzir toneladas de verduras, frutas e hortaliças em pouco espaço, com pouco trabalho. É o excesso na produção de alimentos que permite a expansão demográfica. É a expansão demográfica que permite o trabalho especializado. É o trabalho especializado que permite o avanço da ciência, que por sua vez permite o aumento na produção de alimentos. Estamos na iminência de sermos capazes de produzir proteínas para consumo humano, não a partir de animais mortos, mas através de culturas de células. Isso traria ainda mais abundância para nossa sociedade. A civilização é um belíssimo organismo vivo, que além de evoluir, se auto-regula para responder às necessidades impostas por sua própria evolução.
A alegada "comunhão" é, na verdade, o grau de atraso tecnológico das sociedades indígenas, que impende seu crescimento demográfico, fazendo com que, mesmo que técnicas indígenas sejam mais agressivas ao "meio ambiente", acabem por fim produzindo um impacto menor, pois o número de indivíduos que delas precisam para viver é reduzido. Para que uma população do tamanho daquela que hoje vive nas cidades do Brasil pudesse sobreviver somente de extração do que a natureza oferece, seriam necessários uns 20 planetas Terra. É isso que é "viver em comunhão com o ambiente"??? As alegações do "integração com a natureza" presentes no texto da questão do ENEM não passam de um nível de leitura da realidade que é tão oligofrênico que deveria ser motivo de piada para qualquer ser humano com mais de 1 neurônio em funcionamento. Surpreendentemente, esse tipo de mendacidade não só não escandaliza ninguém, como também é levada a sério pela quase totalidade das pessoas que leem esse tipo de texto.
Mas, em se tratando do "Ministério da Educassaum", nada é tão ruim que não possa piorar. Logo em seguida eles começam a falar de "construção coletiva", querendo induzir o receptor da mensagem a adotar uma visão de mundo que negue o individualismo e faça apologia do coletivismo. Isso porque as ideias marxistas às quais o méqui visa disseminar são baseadas no coletivismo. Acontece que um coletivismo praticado por uma sociedade desprovida de Estado, cuja existência se resume ao nível tribal, é tão semelhante ao coletivismo presente nas ideias de Marx (nas quais a sociedade deve ser completamente subjugada pelo Estado), quanto um guerreiro indígena com um tacape na mão é semelhante a um soldado soviético com um fuzil AR-15.
O coletivismo estabelecido pela inexistência, para uma cultura, dos conceitos de "propriedade privada" e "Estado" é natural. Trata-se de um patamar inferior do desenvolvimento humano, no qual certas ideias simplesmente ainda não ocorreram. Entre essas ideias, estão a escrita, a tecnologia, a medicina, ... e a propriedade privada. De modo que o desconhecimento do conceito de "propriedade privada" é apenas mais uma dimensão da limitação de raciocínio de um silvícola. Por outro lado, em sociedades que já evoluíram e já experimentaram todos os processos descritos no segundo parágrafo, a propriedade privada é parte integrante do conjunto de noções que possibilitam as maravilhas da civilização.
Um bebê simplesmente AINDA não tem dentes. Um homem adulto que tenha sido submetido a um processo de extração dos dentes é alguém cuja integridade foi destruída pela MUTILAÇÃO de uma das partes daquilo que corresponde a um corpo íntegro de um homem adulto, afinal, a alimentação que um adulto precisa para sobreviver é muito diferente da alimentação apropriada a um bebê. A ideia de levar uma sociedade complexa ao nível do coletivismo através do advento do Estado totalitário faz tanto sentido quanto a ideia de que a extração de todos os dentes de um homem adulto o fará rejuvenescer.
Na verdade, o coletivismo de Estado é ainda mais estúpido: simplesmente não é possível extirpar a instância "propriedade privada" do organismo vivo que é a uma sociedade tecnologicamente evoluída, sem estabelecer sua completa falência. Além das atrocidades que são cometidas em nome dessa ideia tresloucada: Nenhum homem desistirá de ter o melhor para si em termos de comida e medicina, portanto nenhum homem desistirá de sua propriedade privada, SALVO se sua integridade física for ameaçada pelo aparato opressor do monopólio dos meios de coação do Estado. O nome disso é TOTALITARISMO e é exatamente por isso que as tentativas de implantação do coletivismo em sociedades evoluídas sempre precisam ser feitas pelo uso da força e sempre descambam para assassinatos em massa.
O texto da questão fala ainda de "ideias partilhadas pelos povos indígenas", como se os silvícolas pré-cabralianos vivessem em um estado de harmonia absoluta e bem aventurança. Nada mais mentiroso. As guerras eram mais comuns entre as nações indígenas do que entre os homens europeus. Na verdade, enquanto na Europa as nações podiam decretar guerras umas com as outras e cessar a guerra buscando o bem comum, os povos indígenas simplesmente viviam eternamente em uma guerra que JAMAIS cessava. Se hoje não temos os índios que falam as "180 línguas diferentes" matando-se uns aos outros, é exatamente porque todos eles precisam se subjugar à Lei estabelecida pelo homem BRANCO na qual assassinato é crime.
O texto apresentado na questão 127 do ENEM chama-se "As razões de ser guarani-kaiowá" e usa tal expressão para se referir aos jovens que trocaram o sobrenome no Facebook em apoio aos índios. No caso, apoio aos índios significa tratá-los como peças de zoológicos humanos que devem ser mantidos em áreas distantes da civilização, por mais que o índio queira beber Coca-Cola e ter um endereço de e-mail. Esse grupelho, acredita piamente que ser entusiasta das ideias enfermiças de Marx os torna iluminados capazes de decidir o que é melhor para os outros. Não seria diferente com os índios. Sobretudo, conforme demonstra o texto, partindo da pressuposição de fatos que simplesmente jamais tiveram referência no mundo real. A despeito do título do texto prometer "razões", no plural, o conteúdo dele não apresenta outra que não seja a mais profunda e abjeta burrice.
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