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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Grupo Folha dá atestado de desonestidade patológica em pesquisa sobre perfil político

Está fazendo sucesso nas redes sociais compartilhar o resultado de uma pesquisa sobre o perfil político do brasileiro. As questões foram formuladas pelo instituto Data Folha e reproduzidas no portal do UOL, em formato interativo. A própria pesquisa, em si mesma, já é uma prova do grau de alienação e do baixo coeficiente intelectual do brasileiro médio, sobretudo daqueles que compõem a casta dos formadores de "openeão". Segue um exercício que estuda o que está por trás das maneiras que os tópicos são apresentados aos entrevistados. Os mais atentos já terão notado as trapaças, mas com certeza há muita gente que respondeu às questões sem se atentar para o que elas traziam nas entrelinhas, ou se sentiram desconfortáveis diante delas, sem serem capazes de explicitar o que exatamente nelas os incomodava. 

Para não assustar o entrevistado, a pesquisa começa muito bem. A questão é pertinente: "posse de armas". Há duas abordagens possíveis: proibi-las e permiti-las. Ambas as abordagens estão bem representadas nas opções oferecidas ao entrevistado. Os pressupostos por trás de cada uma dessas opções são amplamente conhecidos por todos nós: De um lado, a esquerda promove campanhas pelo desarmamento, sob a alegação de isso diminuiria a violência. Do outro, a direita — por princípio, contrária ao inchamento do estado — alega que as armas que causam a violência são exatamente aquelas que estão em posse das pessoas que não respeitam as leis, portanto a proibição de armas de fogo, na prática, é permissão para que apenas um dos lados possa usá-las, o lado do crime. Qualquer comparação dos índices de criminalidade de países em que são permitidas as armas com os de países onde elas são proibidas atestará que a alegação da direita procede e que a posição defendida pela esquerda, na melhor das hipóteses, se trata de uma ilusão cultivada por pessoas com tendências nefelibatas.

Logo em seguida, os criadores da enquete partem deliberadamente para a baixaria pura e simples. Ao formular a questão nesses termos, é mais do que óbvio que se está incorrendo na indução de uma determinada resposta. Além do evidente uso do expediente esquerdista do "monopólio moral da piedade", o ponto mais problemático da questão é a ocorrência, na opção "B", da palavra "cidade", o que muda completamente todo o sentido da questão. Se alguém diz que "pobres que migram acabam criando problema para a cidade", está implícito na afirmação que os pobres migraram "do campo" para "a cidade". Nenhum conservador jamais advogou a proibição de que pessoas ("pobres") migrem do campo para a cidade. Nem mesmo de um estado para o outro. A questão da migração está presente nas discussões políticas como reflexo da questão da manutenção dos Estados Nacionais, defendida pela direita conservadora, contra o estabelecimento de um governo mundial capaz de sobrepujá-los, situação que começou a ser construída pela Internacional Comunista e hoje é defendida pelas esquerdas de cada um dos países, inclusive com a criação de entidades supra-nacionais, como é o caso do Foro de São Paulo, ao qual estão filiados quase todos os partidos de esquerda da América Latina. Ao apresentar a questão da forma que a pesquisa o fez, subtrai-se completamente o cerne da discussão política relativa ao tópico "migração" e transfere-se a discussão para: "ou você é um bonzinho preocupado com os pobres (e portanto você usa camiseta de Che Guevara, vota no PT e é esquerdista), ou você está pouco se lixando para os nordestinos, contato que eles não venham poluir o visual das cidades do sul-maravilha (e portanto você é um malvadão sulista, branco, "de direita")?".

A baixaria prossegue. É claro que a pior das formulações tinha que ser em relação a uma questão sobre homossexualISMO. Note as opções: "deve ser aceita por todos" ou "deve ser desencorajada pela sociedade". Eu tive que controlar para não dar um murro no monitor. O mau caratismo de quem formulou essa questão ultrapassou os limites do humanamente aceitável. O que quer dizer a palavra "deve"??? Indica uma tendência geral que se considera a melhor a ser seguida ("as pessoas devem sempre ler cada vez mais") ou significa uma obrigação legal frente ao estado ("as pessoas devem respeitar as leis")??? A opção "A" é deliberadamente formulada de maneira nebulosa, mas a opção "B" consegue ser ainda pior: "deve ser desencorajada por toda a sociedade". O que significa "desencorajar"? Estabelecer sanções para os indivíduos que incorrem em determinada prática. Nem mesmo o conservador mais radical advoga que o Estado proibia legalmente a prática do homossexualISMO (alias, o "desencorajamento" da prática homossexual aconteceu de forma ferrenha exatamente nos países em que a esquerda impôs sua agenda, como URSS, China, Cuba e Coreia do Norte — onde está escrito "desencorajamento", leia-se "assassinato de homossexuais"), portanto nem mesmo o conservador mais radical poderia clicar na opção "B". Ao mesmo tempo, alguém pode acreditar que o melhor é que toda a sociedade aceite o homossexualISMO como normal, mas não pode clicar na opção "A", porque sabe que na prática, o que está em jogo não é se a sociedade vai aceitar ou não o homossexualISMO. O que está em jogo no Brasil atual é que grupos estão infiltrados na máquina do Estado com o objetivo de se utilizar da pulsão sexual de idiotas uteis para transformá-los em massa de manobra. O os grupos que compõem aquilo que se auto intitula "o movimento gay" lutam por "conquistas" que vão desde conseguir mandar para cadeia quem porventura se refira à prática do homossexualISMO com um dos sintagmas proscritos da língua portuguesa por esses mesmos grupos, até a criação de cotas para homossexuais em cargos públicos, principalmente na rede de ensino. Como seria possível "provar" que se é homossexual para fazer uso de tais cotas? Será necessária consumar o ato carnal na frente de uma banca avaliadora para que o Estado entregue o certificado de "pertencente a minoria (que nem é minoria de fato) protegida"?. Enfim, acreditar que se deve aceitar a pratica do homossexualismo como normal É MUITO DIFERENTE de concordar com as atuais ações dos grupos que querem criminalizar quem não creia nisso, além de conferir direitos especiais a quem se autodeclare "gay".

O erro lógico sobre o qual a questão anterior se baseia é repetido na questão 04 em um grau ainda mais nefasto. Além disso, o expediente de "monopólio da superioridade moral", que aparece na questão 02, aqui é usado de novo, nos mesmos termos: ou você é bonzinho e esquerdista, ou você é um direitista insensível e sem coração. A maneira como a questão está formulada passa bem distante do cerne da discussão política relativa ao tópico "pobreza". É claro que os pobres não possuem as mesmas oportunidades que os ricos. Ninguém em sã consciência negaria tal fato, ao mesmo tempo que ninguém em sã consciência deixaria de considerar que É IMPOSSÍVEL QUE NÃO SEJA ASSIM.  Se uma pessoa sem dinheiro pudesse ter acesso aos mesmos bens e serviços que uma pessoa com dinheiro, então isso significaria que se criou uma sociedade na qual o dinheiro não tem mais valor. O ponto é que: nas sociedades em que o dinheiro não tem mais valor o que passa a ter valor é o poder político. Ou seja, o padrão de vida dos pobres não é melhorado nem um milímetro, mas os que antes tinham um padrão de vida melhor são igualados àqueles, criando-se uma sopa comum de miséria que mistura (os que antes eram) ricos com os que já eram pobres. Dessa sopa, escapa somente aqueles que mintam em nome do Partido. Em sociedades assim, a produção de riquezas é paralisada pela "oficialização estatal da inveja" e é criada uma casta de dirigentes que nada criam, mas que vivem à larga explorando a miséria do povo. Foi assim que aconteceu na URSS, na China, em Cuba, na Coreia do Norte, etc. Esse processo está em curso tanto na Venezuela, na Argentina, no Brasil, bem como em países como França e Estados Unidos, que afundam suas economias e estrangulam a produção de riquezas na razão direta da aceitação social das falácias coletivistas.

Assim como a questão 01, a questão 05 está bem formulada. A discussão é realmente ser a favor ou contra pena de morte.

Também não cabem críticas à questão 06.

A questão 07 incorre na chamada "falácia da falsa dicotomia". Ela traz uma apresentação diferente para os mesmos tópicos que compõem a questão 04, portanto sua formulação visa induzir os mesmos embustes e as mesmas aleivosias que estão expressos naquela questão (bem como na 03 e na 02). Além disso, o truque presente na questão 03 também aparece aqui em um grau ainda maior. Note: O que significa "oportunidades iguais para todos"? Se o Estado se ativesse à função que de fato lhe cabe (a segurança), todos teriam oportunidades iguais. Na medida em que o Estado se arvora a corrigir as "injustiças sociais", estrangulando a produção de riquezas, começa a produzir mais pobreza, prejudicando, sobretudo, os mais pobres. Portanto, criar "oportunidades iguais para todos" é muito diferente de adotar um estado paternalista. Na verdade, é o oposto disso. Mesmo sendo um conservador, eu não sou capaz de responder que "a maior causa da criminalidade é a maldade das pessoas". A maior causa da criminalidade é, DE FATO, a pobreza. Acontece que a pobreza é fruto exatamente daquelas ações que são tidas pelo populacho inculto como ações para acabar com a pobreza. Dada a baixa instrução da "maioria", sempre chegam ao poder os piores tipos, aqueles que mais farão para que o povo continue à míngua e, se possível, dependente de esmola governamental, o que garante que o poder permaneça nas mesmas mãos.

Mais uma questão descaradamente formulada para induzir a resposta. O tópico aqui deveria ser "maioridade penal' e as opções deveriam ser: "A) Deve existir maioridade penal" e "B) Não deve existir maioridade penal, cabendo ao juiz julgar cada caso específico". Mas o formulador da pesquisa optou por enveredar por caminhos completamente subjetivos. Quando a questão diz "adolescentes", a que se refere? Quando diz "crimes" a que se refere? É óbvio e ululante que um jovem de 12 anos que cometeu um crime, o qual seja furtar um pacote de biscoito em um supermercado, não deve ser punido. Ele precisa, SIM, de ajuda (que a questão chama erroneamente de "reeducação"). Já um "adolescente" (que está a algumas horas de completar a maioridade penal) que tirou a vida de um estudante, após este ter lhe entregado o pertence que ele pediu, ser mandado para uma instituição de "amparo ao menor", para lá permanecer vendo TV por alguns meses e depois sair com a ficha limpa, se trata obviamente de uma afronta inaceitável à população de bem, além de clara apologia ao crime de homicídio. A forma como a questão foi formulada pelo grupo Folha iguala "o menino que roubou um pacote de biscoito" com "o adulto que, sem motivo algum, atirou em um estudante", fazendo ambos serem representados pela alcunha de "adolescente" e chamando cada uma das ações de "crime". Essa é sem dúvida uma das questões mais desonestas da enquete.

Conforme as questões 01, 05 e 06, a questão 09 não possui erros de formulação. Contudo, utilizá-la para julgar se alguém é "de direita" ou de esquerda é de uma desonestidade atroz. Dentro da direita, há os conservadores, que se posicionam pela proibição do uso de drogas e da prática do aborto, como também há os libertários que são favoráveis a liberação do uso de drogas e da prática do aborto, mas ambos adotam posturas fortemente contrárias ao inchamento do Estado, que é o principal ponto de caracterização da esquerda. Isso também acontece com a questão 03, sobre o homosexualISMO. Um libertário responderia "A" (deve ser aceita pela sociedade), mesmo sendo fortemente contrário ao inchamento estatal promovido pela esquerda com a desculpa de "proteger os gays". Vários conhecidos meus que responderam essa enquete ficaram completamente insatisfeitos com o resultado. A despeito de suas convicções anti-marxistas e anti-estatistas, foram enquadrados pelo resultado como "centro esquerda". Tais imprecisões não são um erro de formulação, mas uma ação sub-reptícia calculada para que a pesquisa não denuncie o que de fato está acontecendo no Brasil: os valores e crenças da população são completamente contrários aos da classe política. Enquanto a população é composta quase que totalmente de cristãos, conservadores e liberais, uma pequena minoria ocupa instâncias importantes (tais quais o grupo Folha) que servem como uma espécie de "espelho", deturpando a imagem que a população tem de si mesma. Ao mesmo tempo, uma casta política portadora das ideologias derivadas do apostolado da inveja (também conhecido como marxismo) institui o voto obrigatório e se oferece para que a população "de direita" seja OBRIGADA a escolher um dos 50 tons de vermelho. Trata-se de uma ditadura travestida de democracia, que é o pior tipo de ditadura possível.

Uma pesquisa marcada por tantos falseamentos e trapaças não poderia concluir com uma questão mais mal formulada. Qual é o conservador que vai responder "A"? É óbvio que o mero fato de alguém acreditar que há um Deus não tornará essa pessoa melhor. Para garantir uma melhoria do caráter, a pessoa precisa, além de acreditar, estar disposta a seguir determinados preceitos, como não roubar, não matar, não enganar. Alguém que rouba, engana, mata e acredita que há um Deus é melhor do que alguém que NÃO rouba, NÃO engana, NÃO mata e NÃO acredita que há um Deus? Independentemente de ser conservador, liberal ou esquerdista, ninguém com o mínimo de inteligência clicaria em "A", a não ser que essa pessoa não acredite que a resposta "A" seja verdadeira, mas queira dar um by pass no embuste proposto pela questão. A despeito de muito mais da metade da população brasileira ser "de direita" (entre conservadores e liberais), acredito que menos de 1% da população concordaria com o postulado "Acreditar em Deus torna as pessoas melhores". Essa questão foi inserida aqui, espertamente, para garantir que a esquerda não fique COMPLETAMENTE sem referência, uma vez que ela serve para induzir os resultados na direção da esquerda. Até quando toleraremos que a mídia pratique a mentira institucionalizada, sob a luz do dia, as vistas de todos, para atender apenas a demanda de um projeto de poder que nem de longe reflete as aspirações da maioria?